Faça lá um poema

A Tempestade

 

Ó tempestade

que me enrolas no teu vento

que me levas para tão longe

para dentro dos meus pensamentos.

 

Que me fazes cair

mas eu levanto-me, 

que me fazes voar 

mas eu agarro-me,

que me fazes ver para lá de tudo

que me fazes procurar o que há 

para lá das nuvens, para lá do céu.

 

Tempestade que me enrolas 

no teu vento e nos teus braços longos e frios,

às vezes penso em ti como um amigo,

um amigo com o qual não poderia viver se desaparecesse.

 

Mariana Almeida - 3ºA -  EBI/JI Alto de Algés 

 

QUADRAS A S. VALENTIM

 

Um dia na escola

Já cansado de estudar

Não conseguia de modo algum

Os verbos encaixar

 

O exame estava próximo

E eu sem um verbo decorar

Não conseguiria nunca

Ter nota para passar

 

Foi então que por milagre

Um Santo apareceu

Trazendo uma rapariga

Por quem o meu coração tremeu

 

Com imensa facilidade

Aprendi o verbo “Amar”

S. Valentim deu um empurrãozinho

E aprendi o “namorar”

 

Ora, com dois verbos sabidos

Nada havia a temer

E com muita alegria

O exame fui resolver

 

De S. Valentim nunca me esqueço

Nem de 14 de fevereiro celebrar

O Santo que me deu uma namorada

E uma boa nota para passar.

Miguel Soares - 7.ºA –E.S.M

 

Diagnóstico

 

Queres saber o que me vai na alma?

Tão pacífica, serena,

tão cheia de calma,

que só de olhar dá pena.

 

Raiva não será,

que não a sinto a fervilhar.

Mas com certeza passará,

não há que preocupar.

 

Ser-me-ia diagnosticada

uma anemia emocional,

recomendada uma xaropada

num consultório sentimental.

 

Uma dose de adrenalina

para desobstruir a mente,

funciona como a fenilefrina

nas complicações do presente.

 

Uma colherada de amigos

para a tristeza baixar,

afastada dos perigos

de desatar a chorar.

 

E uma injeção de planos

que eu não quero levar.

Planos faço-os eu,

e ninguém tem que comentar.

 

Já me sinto mais desperta

de ter estado a escrever.

Não sei o que aconteceu na certa

que me fez voltar a querer.

 

Era isso que faltava:

a vontade de fazer,

que bem longe estava.

E faltava o querer.

 

Mas encontrei o meu remédio

para combater a apatia:

nove estrofes anti-tédio

é o suficiente por dia.

 

Carlota Mendes -12ºH2 –E.S.M

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